domingo, 1 de maio de 2011

A PALMADINHA DA REPEENSÃO


Certa vez eu tomei uma surra da minha mãe, eu devia ter uns 10 anos de idade, me lembro muito bem quando eu perguntei a ela por que ela
não gostava de mim e por que ela gostava de me bater. “Eu não gosto de te bater, foi você que preferiu assim, tu sebes que eu te amo, mas eu tenho que fazer isto pois, se todas as vezes que tu sentires a dor que os teus erros provocam, tu vais ter mais cuidado antes de cometê-los novamente!”. Eu, enquanto criança, nunca encontrei coerência no que ela estava me dizendo, eu sabia que quando se gosta de alguém você é incapaz de machucá-lo. Alguns anos depois eu encontrei um texto na Bíblia que dizia que “Deus castiga a quem ele ama”. Eu me lembrei do que a minha mãe tinha dito depois daquela surra, “Deus é doido igual à minha mãe” eu pensei. Curioso pra saber o por que de Ele castigar as pessoas que ele ama, eu quis ir mais a fundo no assunto. Eu notei que Deus gostava muito de um povo (Israel), e sempre que uma geração pecava, Deus os castigava de forma rígida, diante do castigo eles se arrependiam e não repetiam seu erros, pois sabiam que haveriam conseqüências.
Deixei isto de lado, ate me tornar adulto e ouvir que estavam proibindo os pais de repreenderem seus filhos com castigos físicos, e que os diálogos eram mais eficazes e menos prejudiciais ao desenvolvimento das crianças.
Se eu ainda tivesse os meus 10 anos eu iria adorar estes tempos em que o estado proíbe a minha mãe de me disciplinar, ai talvez nunca eu tivesse sentido a conseqüência (dor física) de: jogar pedras nos telhados, e hoje em dia, talvez, eu já estivesse jogando mísseis; Certo dia eu trousse pra casa uma bola que eu tinha encontrado em uma calçada: Tomei uma surra e tive que entregar a bola ROUBADA, se os nosso, gênios, atuais deputados já existissem, eu teria me livrado da surra, e hoje, talvez, eu já estivesse roubando bancos ou a casa destes próprios retardados.
Diz-se muito na mídia que uma boa conversa pode substituir as disciplinas físicas, bom, eu ate concordo que a criança tem consciência das conseqüências de seus atos, porém, devemos concordar que enquanto criança, o ser humano é péssimo em MEDIR conseqüências, ainda mais quando é tentado por algo que lhe atrai...
Eu não sou a favor de pais desequilibrados que espancam seu filhos, ou mesmos os que dam palmadas por motivos banais, na verdade, de certo modo, penso que não deveriam haver palmadas, mais, as vezes se faz necessário, e muitas da vezes o dialogo não basta.
Eu trabalho muito com crianças e tenho muito tato ao lidar com elas. Sei o tipo de pai que pretendo ser, mas não sei o tipo de pai que de fato eu vou ser! Uma coisa eu tenho certeza: Se hoje sou equilibra e não ofereço nem um risco à minha sociedade é por que sempre, quando necessário, eu recebi umas boas palmadas cheias de amor.
Hoje eu sei que nem Deus nem a minha mãe estavam doidos, e que a minha forma de pensar era ingênua, agradeço a Deus por ter me feito enxergar da perspectiva certa as coisas, e oro todos os dias para que Ele ajude muitos que se dizem protetores dos direitos das crianças para que eles, de fato, protejam as crianças.
De André Moraes

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